Polícia apura se jovem infrator foi obrigado por colegas a colocar fogo em colchão de sua cela
A Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai) de Luziânia instaurou inquérito para investigar as circunstâncias em que o adolescente Leonardo da Silva Paiva, de 14 anos, morreu. A morte ocorreu depois que o alojamento dele, no Centro de Apoio Socioeducativo (Case), pegou fogo na noite de terça-feira. Leonardo chegou a ser socorrido pelos Bombeiros e encaminhado para o Hospital da Asa Norte, em Brasília, mas não resistiu às queimaduras de terceiro grau e morreu na madrugada de quinta-feira.
O inquérito policial aponta que o adolescente teria sido obrigado por outro adolescente a colocar fogo no próprio alojamento, porque não cumpria algumas regras criadas pelos internos dentro do Case. A delegada responsável pelas investigações, Dilamar Aparecida de Castro, explica que Leonardo tinha o costume de ofender as mães dos outros adolescentes, o que não seria permitido no Case, e que também entregava os outros jovens infratores. "Um outro garoto teria jogado um isqueiro para ele colocar fogo no próprio colchão. A gente acredita que ele teria colocado com medo de que acontecesse algo mais grave com ele", explica.
Um funcionário do Case que não quis se identificar conta que no dia da morte pelo menos cinco educadores estavam de plantão, mas apenas três trabalhavam o que, segundo ele, não seria suficiente para cuidar dos mais de 40 adolescentes infratores.
Leonardo estava apreendido por roubo. De acordo com a Polícia Civil, ele teria fugido do Case um mês antes porque alguns internos o ameaçavam de morte. Ele foi recapturado no dia 11 de novembro. De acordo com a Polícia Civil, na semana passada ele já havia sido agredido por outros garotos que tinham queimado o rosto dele. Leonardo chegou a fazer o exame de corpo de delito no IML, mas não foi registrada nenhuma ocorrência.
O Ministério Público entrou no caso. A promotora da Infância e Juventude, Janaína Costa Vecchia de Castro, vai apurar as circunstâncias do fato e como os meninos tinham isqueiro dentro do Case. As investigações ainda vão continuar. Todos os monitores que estavam de plantão e os garotos que se encontravam na mesma ala serão ouvidos. Segundo a gerente de Gestão do Sistema Socioeducativa, Cristine Ramos Rocha, já foi aberta uma sindicância para investigação interna para saber os motivos de na noite do incidente apenas três educadores estarem de plantão, sendo que seriam cinco, e a questão do isqueiro.
Fonte: O Popular - 26/11/2010
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