"Agentes de Segurança Socioeducativo ajudem ao SINDSISEMG a melhorar as condições do Sistema Socioeducativo, filiem-se, acessem e participem dessa conquista.

sábado, agosto 14, 2010

Legalizar venda e uso de drogas pode reduzir a criminalidade?

A descriminalização das drogas pode reduzir a criminalidade? Em outras palavras: o que mata mais — o uso de entorpecentes ou o narcotráfico? A questão foi levantada pela ConJur e dividiu os leitores, deixando o placar praticamente empatado. Para 252 pessoas (50%) a descriminalização não reduz a criminalidade. Votaram em sentido contrário 247 pessoas (49%).

O tráfico de drogas é a terceira fonte de renda ilegal do mundo — a primeira é a venda ilegal de armas e a segunda a pirataria. Os crimes relativos a entorpecentes representam 35% dos processos que correm na 2ª Vara da Infância e Juventude de São Paulo. No Rio de Janeiro, só não são frutos do tráfico os crimes passionais. Estima-se que o tráfico movimento quase R$ 30 milhões por mês só na favela da Rocinha, a maior da América Latina. Um levantamento da ONU constatou que no mundo o tráfico movimenta aproximadamente US$ 400 bilhões por ano e tem cerca de 200 milhões de consumidores.

A delegada Marina Maggessi, da DRE — Delegacia de Repressão aos Entorpecentes do Rio de Janeiro, sabe bem o que esses números representam na prática. É ela quem atua na linha de frente da investigação pela Policia Civil do tráfico no Rio de Janeiro. Ainda assim, em sua opinião, a descriminalização não vai reduzir o número de crimes. “Primeiro porque descriminalizar a maconha é diferente da cocaína. Maconha não provoca crime. Cocaína sim. Nesse sentido, a descriminalização não traria nenhum benefício porque a droga vai continuar cara e os bandidos vão continuar assaltando para poder comprá-la”.

O advogado criminalista Luiz Flávio Gomes discorda da posição da delegada. Para ele, deveria apenas existir como crime o tráfico de drogas para menores. “Isso resolveria muitos delitos, porque passaria a haver um controle maior. Até os assaltos pelos usuários reduziriam, já que o mercado iria ser igual ao da bebida alcoólica. Hoje, por exemplo, as bebidas podem variar de R$ 200 a R$ 1. Do mesmo jeito, seria feito com as drogas”.

Sérgio Niemeyer acompanha Luiz Flávio Gomes. “A descriminalização desarticula duas formas de crime: o narcotráfico e o tráfico ilegal de armas. O que se vive no Brasil é uma versão moderna do que os EUA viveram durante a lei seca. Seria melhor que todo o dinheiro investido pelo Estado na compra de armas e munições para enfrentar o tráfico fosse revertido para a saúde, que traz muito mais benefícios”.

Jair Jaloreto Júnior, criminalista, não acompanha o raciocínio do colega. De acordo com o advogado, “Não existe nenhuma ligação entre a criminalização do uso de drogas, ou a sua descriminalização, com a prática de outros delitos. Existe sim uma ligação direta da prática de alguns crimes com o uso de entorpecentes. O uso lícito ou não para o criminoso pouco importa, porque a droga vai continuar sendo consumida pelo bandido, independentemente de ser crime ou não. Se descriminalizar o que vai acontecer é legalizar, ou institucionalizar o que já existe.”

Já o criminalista Luís Guilherme Vieira defende a descriminalização do uso que, segundo ele, “deveria ter sido feita há milênios”. “O que precisamos é do poder do Estado, que tem de fazer uma política de inclusão social e de educação. É isso que pode reduzir o crime”, diz.


Argumento válido


Evandro Lins e Silva, um dos juristas mais renomados do país, morto em 2002, sempre defendeu a descriminalização das drogas. Aos 90 anos, numa entrevista concedida à revista Época, o advogado criminalista, ex procurador-geral, ex chefe do Gabinete Civil, ex ministro das Relações Exteriores e ex ministro do Supremo, dizia que a droga só gerava violência por ser crime. “Combater [o tráfico] à força é bobagem. O tráfico se tornou a oportunidade de emprego de muitas pessoas. É decorrente dos problemas socioeconômicos do país”.


“Existe um determinado poder que foge ao controle das autoridades e é localizado nas favelas: a disputa pelo comércio da droga. Com a falta de emprego e oportunidades na vida, as pessoas acabam aderindo a esse estilo de vida, se tornando parte disso, seja ativamente, seja por omissão. O traficante, por ganhar muito dinheiro, ganha o poder de corromper e cria uma teia de força muito grande.”

O advogado defendia que seriam permitidas a fabricação das drogas pelos laboratórios e a vendas nas farmácias. A venda só poderia ser feita com receita médica ou alguma outra regra, tudo com limites. Se fosse feita uma venda irregular, a infração seria punida, mas não como crime.

“O mais importante é focar no que realmente interessa, que é educar e dar oportunidade de emprego às pessoas. Isso, sim, reduziria todo tipo de crime. A solução, a longo prazo, é de natureza social. Mas, por ora, descriminalizar é um passo importante”, defendia.

Fonte:conjur.com.br/ Por Priscyla Costa
___________________________________________
Nota dos administradores: Somos favoráveis a tese de investir em educação básica como o principal programa de ação do Estado em todos os níveis, municipal, estadual, e principalmente federal. Desta forma criaremos na sociedade Brasileira a não necessidade do recorrer ao uso da descrimilazação das drogas como forma de combater os crimes advindos da drogas.
Você é a favor da descriminalização ou contra?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua participação é importante para nosso aperfeiçoamento e avaliação das demandas necessárias dos Agentes de Segurança Socioeducativos, contamos com a educação, o bom senso a o união de todos na construção de um sistema melhor e verdadeiramente eficiente.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.


LEI DO PORTE DE ARMA PARA AGENTE

Vamos participar desta campanha para que nossa categoria tenha o porte de arma estabelecido em lei, não perca tempo.

Clik na imagem para participar


Os Agentes precisam dê seu voto

Os Agentes precisam dê seu voto
Participe da Petição Pública, clik na imagem acima.