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sexta-feira, outubro 29, 2010

Adolescentes e álcool uma mistura preocupante

Nos últimos anos, se tornaram comuns diversos tipos de festas e eventos frequentados por menores de idade; em muitos deles, o consumo de álcool “corre solto” entre os adolescentes; o problema é alarmante, segundo o professor João Pedro Maia, que ministrou palestra sobre o assunto em Passos.
Em junho, o governo federal lançou a Semana Nacional Antidrogas, em Brasília, chamando a atenção da sociedade para um problema que afeta inúmeras famílias brasileiras que têm filhos envolvidos com drogas, sejam elas lícitas, como bebida alcoólica e cigarro, ou ilícitas – maconha, crack e cocaína. Em Passos, um colégio particular promoveu uma atividade enfocando a mesma questão. O evento, dirigido aos alunos e seus pais, foi uma verdadeira aula para todos os envolvidos, sob o tema “Salvem nossas crianças”, ministrada pelo farmacêutico e professor de química João Pedro Maia. O alvo foi o álcool e outros tipos de drogas, com uma ênfase sobre a primeira. “O álcool é uma droga que causa dependência a longo prazo”, justifica o professor.Um levantamento do Comissariado de Menores, órgão daVara da Infância e Juventude da Justiça da Comarca de Passos, indica o tamanho do problema: só neste ano, 19 estabelecimentos ou promotores de eventos foram autuados por vender ou fornecer bebidas alcoólicas a menores de 18 anos de idade. De acordo com o coordenador do comissariado, Thalles Henrique Costa, a infração e a punição estão previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, que completou 20 anos recentemente, e os envolvidos respondem a dois tipos de processos: administrativo, que prevê multa, e criminal, que pode levar a pessoa para a cadeia por até quatro anos.
O professor João Pedro acha que a lei deve ser realmente rigorosa e devidamente aplicada, porque os menores de idade estão cada vez mais se sentindo independentes e muitos pais não sabem direito como educá-los. “Eu acredito que a sociedade tem atitudes paradoxais. Por um lado, condena, e por outro, é permissiva com os problemas relacionados ao álcool”, analisa, citando algumas possíveis consequências: brigas, acidentes, vício e acesso a outras drogas.As atividades na escola foram realizadas durante todo o dia, em 5 de julho, para os alunos de todas as séries. À noite, João Pedro fez a palestra “Salvem nossas crianças”, para os pais. Sobre o consumo de bebidas por menores, o professor acredita se tratar de uma consequência negativa dos novos tempos – leis que protegem os menores, acesso fácil à tecnologia e à informação – e o despreparo das famílias ante o posicionamento dos filhos nesse contexto. “Os pais acabam perdendo o domínio sobre os próprios filhos”, disse.
A palestra foi baseada em dados recentes sobre o volume de vendas de cervejas em Passos, onde são vendidas centenas de milhares de garrafas por mês, uma quantidade considerada absurda, segundo o professor, porque boa parte delas foi consumida por adolescentes.O próprio João Pedro presenciou um caso que envolvia um garoto, convidado de uma festa de 15 anos realizada num clube de Passos. “O menino, de 12 anos de idade, estava completamente alterado pela bebida”, afirma, observando que muitos pais costumam levar e buscar seus filhos em festas semelhantes, achando que assim os protegem. “Buscar e levar não é o problema, mas onde você está deixando o filho”, adverte.Opinião semelhante tem o coordenador do comissariado. Também para Thalles Costa, é necessário que a sociedade se envolva mais e fique atenta com a questão, principalmente em Passos onde são comuns diversos tipos de festas, como aniversários de 15 anos, e eventos abertos ao público. Vários deles terminam com jovens no pronto socorro, embriagados ou feridos em acidentes ou brigas.“Todo mundo reclama, mas a gente vê pouca participação da comunidade. O Estatuto da Criança e do Adolescente diz que a responsabilidade pelo menor é solidária: dever da família, do Estado e da sociedade”, disse, observando que o papel da família quanto aos filhos é o da educação, o da sociedade (promotores de eventos, comerciantes) é vigiar, para não fornecer bebida aos adolescentes, e ao Estado cabe orientar e punir, se houver necessidade.“É o que estamos vendo hoje. O Estado vem incansavelmente fazendo a fiscalização, autuações e orientações, mas os menores continuam bebendo com a família, amigos…” avalia o comissário. Os números confirmam que a situação requer providências. Só neste ano, os comissários de menores fizeram 48 fiscalizações e 19 autuações. Os números são, em média, maiores que os do ano passado, quando ao longo de 12 meses foram efetuadas 13 autuações e 71 fiscalizações.

Papel da família


Para João Pedro, os pais precisam resgatar a autoridade sobre os filhos, de forma respeitosa e harmoniosa, dialogando e ensinando a importância de se valorizar a família, explicando as consequências maléficas do uso de álcool e drogas para essa faixa etária, em que as pessoas estão mais vulneráveis e influenciáveis a comportamentos que deterioram a personalidade.O professor cita como exemplo o caso da menina de 13 anos que foi violentada, supostamente, por dois adolescentes em Florianópolis (SC), depois de ter bebido vodka com eles. Enquanto o crime ocorria, num apartamento de classe alta, a mãe de um dos meninos dormia num dos quartos do local.A palestra em Passos ocorreu dois dias após a notícia ter sido divulgada numa emissora de televisão de São Paulo e serviu para ilustrar os argumentos de João Pedro. “Você percebe que o adolescente pode estar envolvido com álcool ou drogas quando ele se apresenta agressivo, agitado, sem concentração para os estudos, usa a internet excessivamente…” observa.Segundo o professor, a família tem se mostrado ausente em relação à educação das crianças e adolescentes e isso precisa ser revisto, urgentemente. “Os pais se preocupam mais com eles mesmos do que com os filhos”, disse, acrescentando que no caso do álcool, se não houver uma mudança de comportamento imediata, a causa pode ser considerada perdida. “Quando você percebe, o menor já está tomado por ele. Aí já é tarde!”, alerta.O Estado, através da Justiça da Infância e Juventude e do comissariado, está fazendo sua parte, segundo Thalles Costa, mas é preciso um esforço geral. “O grande desafio é o de mobilizar a sociedade para que ela se torne nossa parceira”, disse.


Atuação do Comissariado de Menores


Os comissários de menores atuam sob ordem judicial, expedida pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O trabalho envolve qualquer assunto relacionado aos menores de 18 anos de idade, como emissão de autorização para viagem desacompanhado dos pais ou familiares próximos, entrada em estabelecimentos inadequados, medidas de proteção e a fiscalização de venda ou fornecimento de bebida alcoólica.O comissariado é formado por quatro integrantes concursados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais e mais 12 voluntários, que trabalham sob a coordenação dos comissários efetivos. Além da fiscalização, que é determinada pelo juiz, o comissariado atende a denúncias da sociedade, que são analisadas pelo titular da vara antes de serem repassadas para os comissários.São os comissários que fazem a autuação dos infratores, que passam a responder a processos administrativo e criminal. Se for condenado no primeiro caso, a multa para o infrator é de três a 20 salários mínimos. A condenação criminal prevê detenção de dois a quatro anos.Antes, essa punição era de seis meses a dois anos de detenção, mas mesmo com o aumento da pena, muita gente continua praticando esse crime, segundo o coordenador do comissariado, Thalles Henrique Costa. “E vão continuar reincidindo se a gente não tiver a responsabilidade da sociedade e da família com suas atribuições de vigiar os menores”, disse Thalles.

Fonte:http://www.focomagazine.com.br

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