Servidores teriam deixado de vistoriar cela para não impedir a construção de um túnel de 15 m.
LUCAS SIMÕES
A fuga ousada de 12 presos da Penitenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, pode ter sido facilitada por agentes penitenciários responsáveis pela segurança do local. A denúncia foi feita pelo detento Glayson Ferreira da Silva, de 25 anos, recapturado na madrugada de ontem, pouco depois de fugir do presídio. Aos risos, o detento denunciou o envolvimento de, pelo menos, seis agentes penitenciários, que teriam recebido uma quantia não revelada em dinheiro para deixar de vistoriar quinzenalmente a cela onde acontecia a escavação de um túnel que levou os criminosos direto para um matagal no fundo da penitenciária.
A denúncia gerou uma investigação da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), que assumiu ter havido uma falha humana na segurança do presídio no fim da noite de domingo.
De acordo com Glayson Silva, os detentos passaram 45 dias cavando um túnel dentro da cela 7 do pavilhão 6 e, em nenhum momento, foram abordados pelos agentes penitenciários. Segundo ele, os agentes facilitaram a entrada na unidade prisional de brocas e matracas - ferramentas artesanais utilizadas para escavação. O túnel tinha 15 m de comprimento e 80 cm de largura.
Os presos utilizaram lâmpadas e fios elétricos retirados de televisores e rádios para criar um sistema de iluminação por todo o túnel. A terra removida do local foi prensada e colocada em cinco camas-beliche e no banheiro da cela. "A gente começou a dormir no chão de dois em dois, e só dava para usar o banheiro durante o banho de sol no pátio, que acontece uma vez por dia, porque o nosso banheiro tinha terra até o teto", disse Silva, que cumpre pena por tráfico de drogas no presídio há sete meses e havia sido transferido da cela 3 para a 7 há apenas quatro dias.
Pelos cálculos do professor de matemática da UFMG Paulo Cupertino de Lima, o volume de terra retirado do túnel pelos criminosos corresponde a 23 toneladas, o que daria para encher um caminhão-caçamba.
A fuga dos 12 detentos teve início por volta das 23h, pouco antes de os presos receberem uma mensagem de texto por celular de um homem identificado como "Boca 2" - que ainda não havia sido localizado pela polícia. No texto, o suspeito alerta os comparsas sobre o policiamento no entorno do presídio. "Vem sentido nvs (Ribeirão das Neves), pq BH tá lombrado", dizia a mensagem.
Vigias e agentes do presídio chegaram a atirar contra os fugitivos. Ederson Neves dos Santos foi preso no matagal próximo ao túnel. Silva foi preso por volta das 3h, às margens da BR-040, próximo ao bairro Liberdade.
Fonte: http://www.otempo.com.br
LUCAS SIMÕES
A fuga ousada de 12 presos da Penitenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, pode ter sido facilitada por agentes penitenciários responsáveis pela segurança do local. A denúncia foi feita pelo detento Glayson Ferreira da Silva, de 25 anos, recapturado na madrugada de ontem, pouco depois de fugir do presídio. Aos risos, o detento denunciou o envolvimento de, pelo menos, seis agentes penitenciários, que teriam recebido uma quantia não revelada em dinheiro para deixar de vistoriar quinzenalmente a cela onde acontecia a escavação de um túnel que levou os criminosos direto para um matagal no fundo da penitenciária.
A denúncia gerou uma investigação da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), que assumiu ter havido uma falha humana na segurança do presídio no fim da noite de domingo.
De acordo com Glayson Silva, os detentos passaram 45 dias cavando um túnel dentro da cela 7 do pavilhão 6 e, em nenhum momento, foram abordados pelos agentes penitenciários. Segundo ele, os agentes facilitaram a entrada na unidade prisional de brocas e matracas - ferramentas artesanais utilizadas para escavação. O túnel tinha 15 m de comprimento e 80 cm de largura.
Os presos utilizaram lâmpadas e fios elétricos retirados de televisores e rádios para criar um sistema de iluminação por todo o túnel. A terra removida do local foi prensada e colocada em cinco camas-beliche e no banheiro da cela. "A gente começou a dormir no chão de dois em dois, e só dava para usar o banheiro durante o banho de sol no pátio, que acontece uma vez por dia, porque o nosso banheiro tinha terra até o teto", disse Silva, que cumpre pena por tráfico de drogas no presídio há sete meses e havia sido transferido da cela 3 para a 7 há apenas quatro dias.
Pelos cálculos do professor de matemática da UFMG Paulo Cupertino de Lima, o volume de terra retirado do túnel pelos criminosos corresponde a 23 toneladas, o que daria para encher um caminhão-caçamba.
A fuga dos 12 detentos teve início por volta das 23h, pouco antes de os presos receberem uma mensagem de texto por celular de um homem identificado como "Boca 2" - que ainda não havia sido localizado pela polícia. No texto, o suspeito alerta os comparsas sobre o policiamento no entorno do presídio. "Vem sentido nvs (Ribeirão das Neves), pq BH tá lombrado", dizia a mensagem.
Vigias e agentes do presídio chegaram a atirar contra os fugitivos. Ederson Neves dos Santos foi preso no matagal próximo ao túnel. Silva foi preso por volta das 3h, às margens da BR-040, próximo ao bairro Liberdade.
Fonte: http://www.otempo.com.br
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