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terça-feira, setembro 27, 2011

Jovens são condenados a anos de prisão por publicar comentários no Facebook durante os distúrbios britânicos

A repressão estatal contra a juventude da classe trabalhadora na Grã-Bretanha continua sem tréguas. Na terça-feira, os juízes do tribunal da Inglaterra proferiram longas sentenças de prisão para dois jovens por postar comentários no Facebook.

Robert Stevens




Jordan Blackshaw, 20, e Perry Sutcliffe-Keenan, 22, não estavam envolvidos em quaisquer distúrbios. Mas no Tribunal de Chester eles foram condenados a quatro anos de prisão por "intencionalmente encorajar outros a participar de delitos imputáveis nas seções 44 e 46 da Lei 2.007 de Crimes Graves".

Blackshaw foi preso após criar um "evento" no Facebook chamado "Destruir a Cidade de Northwich". O tribunal foi informado que o evento de Blackshaw pedia para que as pessoas se encontrassem em um restaurante local do McDonald's para causar tumultos.

A promotoria pública (Crown Prosecution Service (CPS, em inglês)) alegou que a inserção do evento provocou uma onda de pânico em Northwich, embora não houvesse nenhuma evidência desta afirmação e não ocorreu nenhum tumulto na cidade.

Tudo começou quando a polícia estava seguindo páginas do Facebook, viram a postagem de Blackshaw e foram para o restaurante, onde ele foi preso.

Sutcliffe-Keenan criou uma página no Facebook com o título "Organizemos um motim" em 9 de agosto. Alegou-se que esta página também "causou um pânico muito grande", embora, novamente nenhuma perturbação tenha resultado desta postagem. O próprio Sutcliffe-Keenan retirou a página em 24 horas.

Na sentença de Blackshaw e Sutcliffe-Keenan o juiz Elgan Edwards invocou a histeria da direita contra a "criminalidade", que foi instigada pelo governo, por todos os partidos parlamentares, pela polícia e pela mídia. Edwards descreveu Blackshaw como um "mal" e acrescentou: "Isso aconteceu em um momento em que a insanidade coletiva tomou conta da nação. Sua conduta foi muito vergonhosa e o título da mensagem que você postou no Facebook causou temor ".

O destino de Blackshaw e Sutcliffe-Keenan ressalta o grau que o governo, o judiciário e a polícia estão dando às normas democráticas. Os dois foram presos em 9 de agosto. Eles foram julgados e submetidos a penas punitivas em apenas uma semana, sem qualquer respeito genuíno ao devido processo.

Desde que os tumultos começaram em 6 de agosto, mais de 2.770 pessoas foram presas em um arrastão policial sem precedentes. Mais de 1.200 destes já foram levados a tribunal. Destes, cerca de 64% ficou detido sob custódia. A taxa de prisões preventivas por "delitos graves" do ano passado nos tribunais magistrados foi de 10%.

Só em Londres foram feitas 1.733 prisões com 1.005 pessoas agora acusadas. Muitos foram condenados à prisão por até seis meses para pequenos delitos. Muitos outros foram encaminhados aos tribunais, que pode impor até 10 anos de prisão por motim.

Um jovem de 22 anos de idade compareceu perante um tribunal de magistrados em Manchester acusado de roubar duas bolas de sorvete e um cone de uma patisserie durante distúrbios na cidade. Ele foi levado ao tribunal depois que o juiz advertiu: "Eu tenho o dever público de tratar rapidamente e com rigor os assuntos desta natureza".

Esses tribunais de "faz de conta" fazem uma paródia de um sistema judicial "independente". Aprisionando quatro acusados com penas entre 16 meses e dois anos no Tribunal de Manchester, o juiz Andrew Gilbart QC disse que "os crimes da noite de 9 de Agosto (...) os leva completamente para fora do contexto habitual de criminalidade. (...) Por essas razões, considero que as normas de condenação por delitos específicos têm um peso muito menor no contexto atual e podem certamente ser afastados. "

Duas das vítimas de sua condenação não tinham roubado nada; um foi condenado por manipulação de bens roubados e o outro por "encontrar produtos roubados".

O Daily Mail informou que Gilbart "revelou uma escala de tarifas sob as quais os líderes de motim serão presos por, pelo menos, oito anos, os assaltantes que invadiram lojas para roubar, por entre quatro e sete anos, e incendiários, entre três e sete anos. Mesmo aqueles que afirmaram que encontraram bens roubados abandonados na rua deveriam ser presos por até quatro anos".

Tais sentenças são transparentemente políticas. Elas estão sendo proferidas sob instruções do governo e seu objetivo é intimidar os trabalhadores e jovens.

A presidente do tribunal de magistrados Camberwell Green em Londres, Novello Noades, disse: "Nossa instrução [dos Tribunais de Sua Majestade e Serviço dos Tribunais] para qualquer um envolvido no tumulto é uma pena privativa de liberdade".

Noades fez o comentário enquanto prendia um pai de três filhos por seis meses. O homem foi preso, embora ele tivesse apenas encontrados bens saqueados em latas de lixo perto de sua casa. Mais tarde, ela disse que não tinha a intenção de usar o termo "instrução".

Na terça-feira, o atual comissário da Polícia Metropolitana, Tim Godwin disse ao Comitê de Assuntos Internos que ele e outros oficiais superiores discutiram sobre o desligamento do Twitter "algumas vezes".

"Eu considerei buscar a autoridade para desligá-lo", disse Godwin. "A legalidade dele é muito questionável". No entanto, ele disse que fechar sites de mensagens social" é algo que estamos buscando como parte de nossa estratégia de investigação".

O fato de que a polícia estava discutindo tais medidas ilegais despertou apenas um lampejo de preocupação na comissão parlamentar. O membro do comitê, o deputado trabalhista Keith Vaz, disse que a mídia social permitiu que "as pessoas se organizassem num prazo muito curto para manifestar-se e fazer motins". Ele acrescentou: "Devemos olhar para saber se devemos dar poder à polícia para ordenar que sites de mídia social se comportem de determinada maneira".

Surgiram relatórios de que a polícia invadiu mensagens criptografadas do BlackBerry Messenger (BBM) nos telefones móveis de pessoas presas durante o primeiro dia dos motins. De acordo com o Guardian, a polícia "foi capaz de usar detalhes adquiridos com os telefones apreendidos para dar aos oficiais "o monitoramento em tempo real" do BBM e também do Twitter".

Tudo aponta que a polícia está implementando uma operação bem planejada, quase imediatamente após os motins começarem em 6 de agosto. Os distúrbios foram provocados por um ataque da polícia em um protesto pacífico causando o assassinato de Mark Duggan, de 29 anos, que foi baleado duas vezes por agentes policiais com armas de fogo em 4 de agosto.

O governo também contratou o serviço de inteligência MI5 e o gigante centro de escutas de segurança nacional GCHQ para acessar as comunicações eletrônicas. O MI5 é oficialmente encarregado de proteger a segurança nacional da espionagem e de ameaças de terrorismo, incluindo "armas de destruição em massa". O fato de que a juventude da classe trabalhadora agora é considerada uma ameaça à segurança nacional revela o estado agudo das relações de classe na Grã-Bretanha.

O primeiro-ministro David Cameron elogiou as sentenças contra Blackshaw e Sutcliffe-Keenan como "muito boas".

"O que aconteceu em nossas ruas foi um comportamento absolutamente chocante e o que a justiça criminal deve fazer é enviar uma mensagem muito clara de que isto é errado e não será tolerado", disse ele.

Blackshaw e Sutcliffe-Keenan não fizeram nada "em nossas ruas". Este não é um problema para a elite dominante da Grã-Bretanha, que agora aproveita os distúrbios para censurar as redes de mídia social.

A hipocrisia e dupla moral são descarados. Quando o Twitter e sites similares são usados ??em outros países para organizar protestos contra os governos considerados antagônicos aos interesses imperialistas britânicos, como o Irã, o governo britânico e a mídia caem sobre as novas ferramentas de comunicação e desmascaram os esforços para suprimir a sua utilização. Quando os mesmos sites são usados ??para expressar a hostilidade dos trabalhadores britânicos e da juventude com o governo dentro do próprio país, eles são imediatamente submetidos à repressão.


Traduzido por movimentonn.org




Fonte: http://www.wsws.org/

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