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domingo, fevereiro 27, 2011

ADOLESCENTE INFRATOR: UM NOVO TEMPO

Paula Inez Cunha Gomide
pela USP; Professora da UFPR.
(...) é preciso clareza ao se propor modelos alternativos para o atendimento do infrator no Brasil. Modelos em que a tônica seja no atendimento individualizado, responsabilizado que permita a sua participação nas normas da casa e que não haja idade limite para o desligamento do Programa (em que família a criança tem que atingir a maturidade e independência necessariamente aos 18 anos?).

(...) É preciso reconhecer que o modelo institucional está falido. Como é possível educar, reeducar, reintegrar, sem que seja oferecidas condições mínimas para que esses processos educativos ocorram? Qual é a relação interpessoal necessária neste processo? Como é possível que umprojeto de vida seja construído nestas condições? As pesquisas mostram que a aquisição e internalização de valores morais e a socialização necessitam da mediação do afeto para serem instalada no indivíduo, ou seja, sem afetividade mediando as relações entre as pessoas o processo de aprendizagem fica seriamente comprometido. Como é possível reproduzir-se em instituições esta condição básica, já que lá os funcionários tem compromisso temporário com a orientação dos internos e a permanência do próprio interno é temporária, assistemática e imprevisível?

(...) Como avaliar a que se propõe a Psicologia moderna enquanto área de conhecimento, ciência ou profissão comprometida com as transformações sociais necessárias? É possível que a Psicologia tenha alguma utilidade em um país subdesenvolvido? De que maneira poder-se-ia utilizar melhor o conhecimento teórico e prático fornecido por este campo do saber humano?
O processo pelo qual o rompimento com o elitismo do atendimento psicológico é feito não se dá sem traumas. Desenvolver técnicas apropriadas para o atendimento da população carente e marginalizada de uma nação configura-se num desafio. Creio, que não podemos ficar à margem do processo de desenvolvimento do país, nem como cidadãos, nem como profissionais da Psicologia. Mostrar-se neutro no contexto atual é compactuar com a miséria e com a desigualdade social a que estamos submetendo parte fundamental da sociedade brasileira. Colocar o produto de nossas pesquisas à disposição de toda a população, inclusive e principalmente da carente, enfrentar os desafios metodológicos que esta nova prática traz consigo, pode ser estimulante para alguns profissionais da área. Esta prática, poderá representar, também, um novo campo de atuação para os novos profissionais, onde não só privilegiados poderão utilizar-se dos serviços de Psicologia, mas todos aqueles que necessitarem, especialmente os que hoje desconhecem inteiramente as possibilidades de atendimento psicológico.

Trechos do livro MENOR INFRATOR: A CAMINHO DE UM NOVO TEMPO de Paula Inez Cunha Gomide. Curitiba: Juruá, 1990.
Fonte:http://www.rebidia.org.br

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