LUCIENE CÂMARA
Atrair a vítima para uma emboscada, surpreendê-la com uma facada no pescoço e só terminar a agressão após ter o coração do inimigo nas mãos. A crueldade foi praticada há quase um mês por duas adolescentes de 13 anos, assassinas confessas da amiga Fabíola Santos Correa, 12, no bairro Primavera, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Elas se tornaram o exemplo mais evidente de uma geração cada vez mais marcada pela prática de crimes violentos.
Só em 2011, 36 homicídios foram praticados por menores de 18 anos na capital e na região metropolitana, o que representa um aumento de 13% em comparação com 2010, quando foram registradas 32 ocorrências. A maioria dos infratores (75,9%) tem entre 15 e 17 anos. As tentativas de homicídio também tiveram um salto de 25% no período, passando de 24 em 2010 para 30 no ano passado, de acordo com dados do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (CIA-BH).
O que também chama a atenção é a premeditação e os requintes de crueldade. Em dezembro passado, Carolina (nome fictício), 14, foi encontrada em um terreno baldio de Betim, na região metropolitana, com metade do corpo queimado e 44 perfurações de faca. O atentado foi praticado por quatro vizinhas da vítima, sendo três adolescentes e uma jovem de 20 anos. Carolina sobreviveu, mas até hoje tenta apagar as marcas da violência.
Causas. A juíza da Vara Infracional da Infância e Juventude de Belo Horizonte, Valéria da Silva Rodrigues, acredita que os valores e as normas morais e sociais não estão sendo repassados aos jovens como deveria ser, o que resulta em violência. "Há uma total ausência desses ensinamentos".
Para a magistrada, que lida diariamente com os infratores, a causa maior da criminalidade entre adolescentes é a desestruturação familiar, associada ao próprio caráter do indivíduo. "Tudo depende da família, da formação que a pessoa recebe desde pequena e da própria índole dela", argumenta.
Outro fator é a associação de jovens com o tráfico de drogas, campeão no ranking de crimes mais praticados por adolescentes. Só em 2011, foram 1.978 ocorrências, um aumento de 5,9% em relação a 2009, quando ocorreram 1.868 casos. O uso de drogas também é frequente, com 1.300 registros no ano passado. "Quase todos os atos infracionais praticados por adolescentes têm as drogas como fator desencadeador", completa.
É o caso do crime praticado em São Joaquim de Bicas. As meninas confessaram para a polícia terem matado a amiga para evitar que ela delatasse seus namorados, que são traficantes na região, para facções inimigas. As três estavam sendo ameaçadas de morte por líderes do tráfico.
A psicóloga e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Andréa Guerra, acredita que os adolescentes, por estarem em uma fase de novidades e conflitos internos, correm mais riscos e resolvem, muitas vezes com atos violentos, o que poderia ser resolvido apenas com palavras. "Nada é mais humano do que o crime, e o adolescente está mais vulnerável", explica a especialista.
Só em 2011, 36 homicídios foram praticados por menores de 18 anos na capital e na região metropolitana, o que representa um aumento de 13% em comparação com 2010, quando foram registradas 32 ocorrências. A maioria dos infratores (75,9%) tem entre 15 e 17 anos. As tentativas de homicídio também tiveram um salto de 25% no período, passando de 24 em 2010 para 30 no ano passado, de acordo com dados do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (CIA-BH).
O que também chama a atenção é a premeditação e os requintes de crueldade. Em dezembro passado, Carolina (nome fictício), 14, foi encontrada em um terreno baldio de Betim, na região metropolitana, com metade do corpo queimado e 44 perfurações de faca. O atentado foi praticado por quatro vizinhas da vítima, sendo três adolescentes e uma jovem de 20 anos. Carolina sobreviveu, mas até hoje tenta apagar as marcas da violência.
Causas. A juíza da Vara Infracional da Infância e Juventude de Belo Horizonte, Valéria da Silva Rodrigues, acredita que os valores e as normas morais e sociais não estão sendo repassados aos jovens como deveria ser, o que resulta em violência. "Há uma total ausência desses ensinamentos".
Para a magistrada, que lida diariamente com os infratores, a causa maior da criminalidade entre adolescentes é a desestruturação familiar, associada ao próprio caráter do indivíduo. "Tudo depende da família, da formação que a pessoa recebe desde pequena e da própria índole dela", argumenta.
Outro fator é a associação de jovens com o tráfico de drogas, campeão no ranking de crimes mais praticados por adolescentes. Só em 2011, foram 1.978 ocorrências, um aumento de 5,9% em relação a 2009, quando ocorreram 1.868 casos. O uso de drogas também é frequente, com 1.300 registros no ano passado. "Quase todos os atos infracionais praticados por adolescentes têm as drogas como fator desencadeador", completa.
É o caso do crime praticado em São Joaquim de Bicas. As meninas confessaram para a polícia terem matado a amiga para evitar que ela delatasse seus namorados, que são traficantes na região, para facções inimigas. As três estavam sendo ameaçadas de morte por líderes do tráfico.
A psicóloga e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Andréa Guerra, acredita que os adolescentes, por estarem em uma fase de novidades e conflitos internos, correm mais riscos e resolvem, muitas vezes com atos violentos, o que poderia ser resolvido apenas com palavras. "Nada é mais humano do que o crime, e o adolescente está mais vulnerável", explica a especialista.
Carolina
Fuga. Carolina nunca mais voltou para casa, em Betim, depois de ser violentamente espancada por amigas. A família dela se mudou para outra cidade mineira e mantém o destino em sigilo por medo.
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