Em sua terceira edição, o jornal Inclusão mostra o dia-a-dia da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho (PDMC), do município de Ipaba (MG). Editado por um geólogo que cumpre pena no regime fechado, mostra como uma unidade que já esteve entre as piores do País se transformou em celeiro de oportunidades de capacitação profissional e de trabalho para seus detentos. O PMDC é administrado pela Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, parceira do Programa Começar de Novo, criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o objetivo de reinserir detentos e egressos do sistema carcerário à sociedade.
Entre 2000 e 2001, a Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho (PDMC) foi palco de três rebeliões, a mais violenta com 30 reféns. Em 2008, após uma profunda reforma na administração, foi citada entre as dez melhores do País no relatório da CPI do Sistema Carcerário, do Congresso Nacional. Hoje, sem fugas e rebeliões, tem 300 de seus 450 detentos exercendo atividades profissionais, dentro e fora da unidade. Para empresas privadas e órgãos públicos, os detentos trabalham na produção de móveis, tijolos, roupas, bordados, alimentos (pão, queijo e leite) e prestam serviços de marcenaria e mecânica. Eles são remunerados e, a cada três dias trabalhados, reduzem a pena em um dia.
Parceiros - Nas páginas do Inclusão, estão publicados anúncios dos produtos com o objetivo de atrair novos clientes e parceiros. “O Mal se multiplica com a indiferença. Acabe com ele! Valorize o trabalho. Serviços de estofamentos e capotaria. Conheça os produtos PDMC”, diz um dos anúncios do jornal, com tiragem de 1.200 exemplares e distribuição para outras unidades prisionais, órgãos públicos e empresas privadas.
O Inclusão é editado pelo detento Juarez da Silva Goulart. Formado em Geologia e com passagens pela França e Estados Unidos, hoje trabalha na biblioteca da penitenciária. Os textos do periódico são produzidos por integrantes da direção da unidade e por funcionários. As fotos, por um agente penitenciário. A primeira edição do Inclusão foi patrocinada por um detento que, no regime aberto, é pastor de uma igreja evangélica na região. As demais edições, pela indústria Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), da região mineira conhecida Vale do Rio Doce.
Filosofia - Com 16 páginas, a terceira edição do jornal, entre outros textos, traz artigo do diretor da penitenciária, Adão dos Anjos. Intitulado “Caminhos da Ressocialização”, o texto reflete bem a filosofia da unidade, de dar uma segunda chance para quem errou: “se alguém irá passar alguns anos encarcerado (o que poderá acontecer com alguém da nossa própria família), será muito melhor para a sociedade que, uma vez em liberdade, esta pessoa tenha se qualificado como um profissional apto a disputar um espaço no mercado e que tenha adquirido algumas competências cognitivas. Na ausência disto, será sempre maior a possibilidade de reincidência. Educar e profissionalizar a massa carcerária brasileira é, assim, uma medida elementar de prevenção ao crime e à violência”.
Tenente da reserva da Polícia Militar de Minas Gerais, o diretor Adão dos Anjos contou à Agência CNJ de Notícias que um dos fatores que o motivaram a trabalhar pela mudança de filosofia da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho foi o assassinato de seu pai, quando este tinha 28 anos de idade e cumpria pena em um presídio. “Meu pai cometeu alguns erros”, disse o diretor, que também é advogado, contador e datiloscopista e assumiu a direção da penitenciária em 2001, quando a unidade ainda era um “barril de pólvora”.
Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias
Entre 2000 e 2001, a Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho (PDMC) foi palco de três rebeliões, a mais violenta com 30 reféns. Em 2008, após uma profunda reforma na administração, foi citada entre as dez melhores do País no relatório da CPI do Sistema Carcerário, do Congresso Nacional. Hoje, sem fugas e rebeliões, tem 300 de seus 450 detentos exercendo atividades profissionais, dentro e fora da unidade. Para empresas privadas e órgãos públicos, os detentos trabalham na produção de móveis, tijolos, roupas, bordados, alimentos (pão, queijo e leite) e prestam serviços de marcenaria e mecânica. Eles são remunerados e, a cada três dias trabalhados, reduzem a pena em um dia.
Parceiros - Nas páginas do Inclusão, estão publicados anúncios dos produtos com o objetivo de atrair novos clientes e parceiros. “O Mal se multiplica com a indiferença. Acabe com ele! Valorize o trabalho. Serviços de estofamentos e capotaria. Conheça os produtos PDMC”, diz um dos anúncios do jornal, com tiragem de 1.200 exemplares e distribuição para outras unidades prisionais, órgãos públicos e empresas privadas.
O Inclusão é editado pelo detento Juarez da Silva Goulart. Formado em Geologia e com passagens pela França e Estados Unidos, hoje trabalha na biblioteca da penitenciária. Os textos do periódico são produzidos por integrantes da direção da unidade e por funcionários. As fotos, por um agente penitenciário. A primeira edição do Inclusão foi patrocinada por um detento que, no regime aberto, é pastor de uma igreja evangélica na região. As demais edições, pela indústria Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), da região mineira conhecida Vale do Rio Doce.
Filosofia - Com 16 páginas, a terceira edição do jornal, entre outros textos, traz artigo do diretor da penitenciária, Adão dos Anjos. Intitulado “Caminhos da Ressocialização”, o texto reflete bem a filosofia da unidade, de dar uma segunda chance para quem errou: “se alguém irá passar alguns anos encarcerado (o que poderá acontecer com alguém da nossa própria família), será muito melhor para a sociedade que, uma vez em liberdade, esta pessoa tenha se qualificado como um profissional apto a disputar um espaço no mercado e que tenha adquirido algumas competências cognitivas. Na ausência disto, será sempre maior a possibilidade de reincidência. Educar e profissionalizar a massa carcerária brasileira é, assim, uma medida elementar de prevenção ao crime e à violência”.
Tenente da reserva da Polícia Militar de Minas Gerais, o diretor Adão dos Anjos contou à Agência CNJ de Notícias que um dos fatores que o motivaram a trabalhar pela mudança de filosofia da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho foi o assassinato de seu pai, quando este tinha 28 anos de idade e cumpria pena em um presídio. “Meu pai cometeu alguns erros”, disse o diretor, que também é advogado, contador e datiloscopista e assumiu a direção da penitenciária em 2001, quando a unidade ainda era um “barril de pólvora”.
Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias
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