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segunda-feira, junho 27, 2011

Números mostram relação entre economia e criminalidade

Há alguns exemplos da relação entre retração salarial e aumento de violência entre adolescentes ao longo das últimas décadas. Em 1983, por exemplo, o salário real teve queda de 14,54% no Rio, o que foi acompanhado de aumento de 17,6% na probabilidade de homicídio para homens de 18 anos. Em 1991, uma retração de 21% no salário real veio com um aumento de 27,8% nas chances de meninos de 15 anos serem assassinados.

Para os dois economistas, o aumento da taxa de homicídios entre adolescentes é um indicador seguro de ingresso em atividades criminosas. Os chamados estudos de "vitimização" mostram que a maior parte dos assassinatos ocorre dentro do grupo de jovens criminosos. Em outras palavras, há uma identidade entre quem mata e quem morre. Por essa razão, altas taxas de homicídio em um grupo indicam envolvimento no crime.

Mônica explica que não são aquelas coincidências pontuais entre quedas de salário real e aumento de homicídios de adolescentes que dão consistência científica às conclusões do trabalho. O estudo dos dois economistas foi feito a partir da base de dados do Sistema de Informação da Mortalidade (SIM), colocada à disposição pelo Ministério da Saúde, que contabiliza quantas pessoas morreram em cada ano e por qual causa, discriminando município de ocorrência, idade, sexo e outras informações.

Mônica e Lisboa cruzaram esses dados, entre 1981 e 1997, com informações sobre população e diversas variáveis econômicas, como salário real, distribuição de renda e emprego. Usando ferramentas estatísticas chamadas de regressões, é possível analisar uma determinada correlação - por exemplo, entre salário real e taxa de homicídios -, isolando-a de outros fatores.

Lisboa exemplifica com um exercício feito com os dados de 1984, que mostra que uma queda de 10% no salário real levaria a aumento de quase 5% na taxa de homicídios na população de 16 anos no mesmo ano. Se o ano usado ou a mudança no salário real variarem, os resultados mudam, mas na maioria dos casos seu sentido permanece o mesmo. Para 1984, o trabalho estatístico mostra que uma queda do salário real naquele ano teria efeitos prolongados na taxa de assassinatos de adolescentes.

No ano seguinte, aquela mesma faixa etária, já com 17 anos, sofreria aumento da taxa de homicídios de 2,5%. Esse aumento dos assassinatos se vai reduzindo gradativamente, até desaparecer em alguns anos. "O importante é observar o efeito cumulativo e prolongado do aumento dos homicídios de adolescentes causado pela queda do salário real em apenas um ano."

Esse fenômeno, batizado pelos economistas de "efeito inércia", é central na interpretação que Lisboa e Viegas dão a sua pesquisa. As crises econômicas que pontilharam a década perdida de 80 e a década turbulenta de 90 criaram impactos sobre a criminalidade que seguem muito de perto o padrão revelado pelas regressões em cima dos dados de 84.

Em muitos daqueles momentos, houve fortes aumentos na taxa de assassinatos de rapazes entre 15 e 19 anos. Mais tarde, quando se tornam jovens adultos, eles têm uma probabilidade maior de serem mortos simplesmente por terem sido adolescentes em um ano de alta na taxa de homicídios na faixa etária de 15 a 19 anos.

A explicação do "efeito inércia" no mundo real, segundo os economistas, é simples: o contingente que entrou no crime na adolescência não sai mais e engrossa a taxa de homicídios da sua geração à medida que avança em idade. É a superposição dessas ondas, relativas a várias gerações, que explica boa parte do aumento do crime desde os anos 80", acrescenta Mônica.

Fonte:http://www.nossacasa.net

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