Estudante de 14 anos teve cortes por todo o corpo, sofreu queimaduras de segundo grau e corre o risco de morte
LISLEY ALVARENGA
cidades@otempobetim.com.br
Uma estudante de 14 anos foi brutalmente agredida e torturada na noite de anteontem, no bairro São José, no Citrolândia, região metropolitana de BH. O que mais chocou no crime, praticado com requintes de crueldade, foi o fato de as quatro suspeitas da tentativa de homicídio serem consideradas "amigas" da adolescente.
A mãe da vítima, Cláudia Márcia dos Santos Máximo, de 43 anos, conta que a filha chegou em casa no fim da tarde e, por volta das 20h, disse que iria sair com as colegas. "Antes disso, uma das amigas veio aqui em casa para pegar uma calça que emprestou para a minha filha. Como ela não estava, a menina foi embora. Contei à minha filha que a outra menina veio aqui. Ela disse que só devolveria a calça quando a garota devolvesse a dela. Depois, ela saiu, dizendo que iria sair com as amigas e sumiu", explicou.
Cláudia teve notícias da filha após as 22h, quando policiais foram contar o que havia acontecido. "Fiquei desesperada. Quando consegui falar com minha filha, ela disse que, quando as cinco estavam passando por uma quadra de areia perto da minha casa, uma delas disse que queria fazer xixi. Ela achou entranho, mas foi com elas ao local. Foi quando a minha filha levou duas pedradas na cabeça. Ela caiu no chão e as meninas jogaram álcool nas pernas dela e colocaram fogo. Depois, a esfaquearam várias vezes pelo corpo. Foi um crime hediondo", afirmou a mãe.
Segundo militares do 33º Batalhão da PM, a vítima foi encontrada em uma matagal na rua Nestor Palhares, toda ensanguentada, com as roupas rasgadas e seminua. "Ela estava com diversos ferimentos pelo corpo. Acionamos o Samu para socorrê-la. A agressão foi tão grave que o médico que a atendeu no local não soube informar quantas perfurações eram", disse um PM.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a menor deu entrada no Hospital Regional de Betim com queimaduras nas pernas e perfurações no tórax. Ela foi submetida a cirurgia e seria transferida para o CTI. O estado de saúde dela é grave, porém estável.
Ontem, uma das suspeitas, de 13 anos, foi apreendida no Alto do Boa Vista. "Ela disse que não tem relação com o fato e admitiu que foi na casa da vítima pegar uma calça", disse a delegada Cristiane Oliveira.
Fonte: http://www.otempo.com.br/supernoticia/noticias/?IdNoticia=65721,SUP&IdCanal=2
´Só peço a deus que minha filha sobreviva. Isso, para mim, já vai ser um milagre.´
Cláudia M. dos Santos Máximo,
43 anos mãe da adolescente agredida
O que a senhora acredita que tenha motivado o crime?
Não sei dizer ao certo, mas minha filha é uma menina muito bonita, alegre e querida por todos. Para mim, o que elas fizeram foi por inveja. Não tem outra explicação. Não acredito que brigaram só por uma calça.
A filha da senhora tem algum envolvimento com drogas?
Não, tenho certeza. Nunca percebi nada de anormal. Ela sempre foi uma boa filha. Nunca deu trabalho na escola ou em casa. Tirava boas notas e era tranquila. Apenas quando a transferi para outro colégio, percebi algumas mudanças de comportamento. Ela estava mais indisciplinada, mas nada relacionado com uso ou venda de drogas.
A senhora conhece as suspeitas?
Sim. Duas são da escola onde ela estudava e duas moram na região. Elas vinham aqui em casa. Uma delas era até meio estranha, toda tatuada e usava roupas esquisitas. Só agora fiquei sabendo que ela tem passagem pela polícia. É aquele ditado, diga-me com quem andas que eu te direi quem és.
Qual o sentimento da senhora sobre o que aconteceu?
É um sofrimento muito grande. Só peço a Deus que ela sobreviva. Isso, para mim, já vai ser um milagre. Estou transtornada. Não sei o que fazer. Espero que a polícia faça justiça. Não posso enlouquecer e me vingar. Além de cuidar dela, tenho mais três filhos menores para criar.
Crescem crimes contra menores
O número de crimes em Betim envolvendo menores de idade e mulheres aumenta a cada dia e a violência choca a população da cidade.
No início da madrugada de ontem, uma jovem de 17 anos foi brutalmente assassinada na rua Guidoval, no bairro Industrial São Luiz. Segundo a Polícia Militar, ela foi morta com oito tiros, que atingiram as regiões do peito, cabeça, pescoço, costas e ombro. "Os familiares da vítima estão chocados. Eles afirmaram que ela não tinha nenhum envolvimento com o tráfico de drogas e não sabem quem a matou", disseram os militares.
Outra crime bárbaro contra uma adolescente, de 16 anos, ocorreu na madrugada de sábado, no bairro Jardim Alterosas. A menor, além de ter tido a traqueia (órgão do sistema respiratório) separada por ter levado oito facadas profundas no pescoço e ter sido asfixiada, foi espancada e torturada antes de morrer.
Ambos os homicídios permanecem um mistério para a polícia. Até o fechamento desta edição, não havia suspeitos e ninguém foi preso.
Fonte: http://www.otempo.com.br/
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