A cada quatro horas, um adolescente é representado pelo Ministério Público da Paraíba na Justiça porque praticou alguma infração. No ano passado, os promotores de Justiça ofereceram 2.443 representações contra menores de 18 anos, em todo o Estado. Vários são os tipos de atos infracionais praticados pelos jovens, sendo que quase 60% deles se referem a furtos, roubos, tráfico de drogas e homicídios.
Os dados também revelam que o tráfico de drogas já é a terceira maior causa da delinquência juvenil. De cada dez infrações representadas pelo MPPB nas Varas da Infância e Juventude, uma é de tráfico de entorpecentes. Os roubos são responsáveis por 18,9% dos atos infracionais praticados por adolescentes e representados na Justiça pelos promotores de Justiça. Já o número de furtos praticados por menores (633, o que representa 25,9% de todas infrações registradas no ano passado) lidera o ranking da delinquência juvenil na Paraíba.
Em Comarcas como Patos (região localizada próximo do Polígono da Maconha e que faz parte da rota nacional e internacional do tráfico de drogas, de acordo com investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPPB e da Polícia Federal), 15,6% dos atos infracionais cometidos por adolescentes e representados pelo MP são referentes ao tráfico de entorpecentes. Esse percentual supera a média do Estado (10,6%). Já na Capital, o roubo corresponde a 32,5% das infrações.
Fatores que levam à delinquência
De acordo com a promotora de Justiça da Infância Infracional da Comarca da Capital, Ivete Arruda, é cada vez maior o número de meninos e meninas que se envolvem no mundo do crime. Alguns chegam a praticar assaltos a mão armada com pistolas 765 e a comandar o tráfico de drogas em algumas comunidades de João Pessoa. “Tenho caso de um menino de 14 anos que chefia uma boca e que usa metralhadora. Vem aumentando o número de meninas na infração. Elas sempre dão suporte para os assaltos. Não é muito comum elas estarem armadas, mas, em João Pessoa, temos meninas de 17 anos que são chefes do tráfico”, disse.
Para a promotora, vários são os fatores que levam os adolescentes à delinquência. “Esses meninos e meninas que são infratores reincidentes são, na maioria, aqueles que não receberam carinho, atenção nenhuma na infância e que foram rejeitados pela escola. Muitos são os fatores e o que mais me chama atenção é a facilitação da venda do crack, que está sendo vendido nas escolas no horário de intervalo e nos edifícios. Existem bocas dentro dos edifícios e isso não ocorre só na periferia. Temos inúmeros infratores que são de classe média alta, filhos de pais abastados e que são, realmente, traficantes”, disse.
“Estamos perdendo nossos meninos para o crack”
A promotora de Justiça Ivete Arruda é enfática ao afirmar que a Paraíba está perdendo seus meninos e meninas para o crack, que já estaria presente em 80% da Grande João Pessoa. Segundo ela, há casos de crianças com quatro anos que são viciadas em drogas, de meninos com dez e 11 anos que já foram recrutados pelo tráfico como “aviões” e de meninas de 11 e 12 anos que trocam sexo por entorpecentes com os próprios traficantes. “Os adolescentes entram no tráfico com a ilusão de que vão comprar um carro novo e ter a casa própria. Eles são enganados e o lucro que têm é mínimo”, disse.
Na avaliação da representante do MPPB, as drogas já representam um problema de saúde pública e a ausência de serviços para o tratamento dos dependentes é um grande entrave. “Todos os adolescentes que traficam drogas são dependentes, sem exceção. E, não há na Paraíba nenhum serviço público voltado para a desintoxicação e o tratamento desses jovens, o que é um grande entrave. Recebo, por semana, de quatro a seis meninos pedindo ajuda para não morrer. Não porque desistiram de usar a droga, mas porque estão com medo de serem assassinados, aí pedem para ir para uma instituição. De seis que a gente consegue mandar, um se mantém na instituição porque quer se livrar das drogas; os outros evadem”, lamentou.
No ano passado, a promotora representou um adolescente de 15 anos que seria o chefe de uma “boca”. O garoto está apreendido e é acusado de praticar sete homicídios. “Três homicídios são confessos e em quatro deles, o adolescente foi reconhecido pelos parentes das vítimas.
Fonte: http://www.clickpb.com.br
Os dados também revelam que o tráfico de drogas já é a terceira maior causa da delinquência juvenil. De cada dez infrações representadas pelo MPPB nas Varas da Infância e Juventude, uma é de tráfico de entorpecentes. Os roubos são responsáveis por 18,9% dos atos infracionais praticados por adolescentes e representados na Justiça pelos promotores de Justiça. Já o número de furtos praticados por menores (633, o que representa 25,9% de todas infrações registradas no ano passado) lidera o ranking da delinquência juvenil na Paraíba.
Em Comarcas como Patos (região localizada próximo do Polígono da Maconha e que faz parte da rota nacional e internacional do tráfico de drogas, de acordo com investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPPB e da Polícia Federal), 15,6% dos atos infracionais cometidos por adolescentes e representados pelo MP são referentes ao tráfico de entorpecentes. Esse percentual supera a média do Estado (10,6%). Já na Capital, o roubo corresponde a 32,5% das infrações.
Fatores que levam à delinquência
De acordo com a promotora de Justiça da Infância Infracional da Comarca da Capital, Ivete Arruda, é cada vez maior o número de meninos e meninas que se envolvem no mundo do crime. Alguns chegam a praticar assaltos a mão armada com pistolas 765 e a comandar o tráfico de drogas em algumas comunidades de João Pessoa. “Tenho caso de um menino de 14 anos que chefia uma boca e que usa metralhadora. Vem aumentando o número de meninas na infração. Elas sempre dão suporte para os assaltos. Não é muito comum elas estarem armadas, mas, em João Pessoa, temos meninas de 17 anos que são chefes do tráfico”, disse.
Para a promotora, vários são os fatores que levam os adolescentes à delinquência. “Esses meninos e meninas que são infratores reincidentes são, na maioria, aqueles que não receberam carinho, atenção nenhuma na infância e que foram rejeitados pela escola. Muitos são os fatores e o que mais me chama atenção é a facilitação da venda do crack, que está sendo vendido nas escolas no horário de intervalo e nos edifícios. Existem bocas dentro dos edifícios e isso não ocorre só na periferia. Temos inúmeros infratores que são de classe média alta, filhos de pais abastados e que são, realmente, traficantes”, disse.
“Estamos perdendo nossos meninos para o crack”
A promotora de Justiça Ivete Arruda é enfática ao afirmar que a Paraíba está perdendo seus meninos e meninas para o crack, que já estaria presente em 80% da Grande João Pessoa. Segundo ela, há casos de crianças com quatro anos que são viciadas em drogas, de meninos com dez e 11 anos que já foram recrutados pelo tráfico como “aviões” e de meninas de 11 e 12 anos que trocam sexo por entorpecentes com os próprios traficantes. “Os adolescentes entram no tráfico com a ilusão de que vão comprar um carro novo e ter a casa própria. Eles são enganados e o lucro que têm é mínimo”, disse.
Na avaliação da representante do MPPB, as drogas já representam um problema de saúde pública e a ausência de serviços para o tratamento dos dependentes é um grande entrave. “Todos os adolescentes que traficam drogas são dependentes, sem exceção. E, não há na Paraíba nenhum serviço público voltado para a desintoxicação e o tratamento desses jovens, o que é um grande entrave. Recebo, por semana, de quatro a seis meninos pedindo ajuda para não morrer. Não porque desistiram de usar a droga, mas porque estão com medo de serem assassinados, aí pedem para ir para uma instituição. De seis que a gente consegue mandar, um se mantém na instituição porque quer se livrar das drogas; os outros evadem”, lamentou.
No ano passado, a promotora representou um adolescente de 15 anos que seria o chefe de uma “boca”. O garoto está apreendido e é acusado de praticar sete homicídios. “Três homicídios são confessos e em quatro deles, o adolescente foi reconhecido pelos parentes das vítimas.
Fonte: http://www.clickpb.com.br
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